Nesta terça-feira (21), a Prefeitura de Porto Acre, através da Secretaria de Assistência Social, participou de uma reunião entre as Secretarias Municipais visando o alinhamento de ações sobre a Conscientização do Autismo.
Segundo a secretária, Daiany Gonçalves, o governo municipal portoacrense, se prepara para celebrar no próximo dia 2 de abril, o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. Daiany frisa que o objetivo da data é chamar a atenção para um assunto importante: o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e explica que dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) mostram que o Brasil realizou, em 2021, 9,6 milhões de atendimentos em ambulatórios, a pessoas com autismo, sendo 4,1 milhões ao público infantil com até 9 anos, de idade.
"O TEA é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento. Mesmo assim, o diagnóstico precoce permite o desenvolvimento de estímulos para independência e qualidade de vida das crianças. Para isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com uma rede de apoio e assistência a pacientes com essa condição."
A agenda contou com a participação da Secretária de Assistência Social, Daiany Gonçalves, a Secretária de Educação e Cultura, Elinaide Pinheiro, a Secretária de Agricultura, Daniele Nogueira, representando a Secretária de Saúde Edna Cuiabano, a Coordenadora de Atenção Básica Nayara e o Psicólogo Keven, a Psicóloga de Educação, Thaís Carvalho, o Coordenador pedagógico, Ailton Agripino, a Coordenadora de Ensino Especial, Antônia Fabrícia, juntamente com a psicóloga e presidente do Conselho de Assistência Social, Anne Karoliny e a presidente do Conselho de Educação, Janete Medeiros.
Sobre o Transtorno do Espectro Autista
O que é o TEA?
O TEA é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento, que podem englobar alterações qualitativas e quantitativas da comunicação, seja na linguagem verbal ou não verbal, na interação social e do comportamento, como: ações repetitivas, hiperfoco para objetos específicos e restrição de interesses. No espectro são identificados graus que podem ser leves e com total independência, apresentando discretas dificuldades de adaptação, até níveis de total dependência para atividades cotidianas ao longo de toda a vida.
Como o TEA é diagnosticado?
A suspeita inicial do Transtorno do Espectro Autista é feita normalmente ainda na infância, por meio da Atenção Primária à Saúde (APS), durante as consultas para o acompanhamento do desenvolvimento infantil. Por ser essencialmente clínico, a identificação de traços do espectro autista é realizada a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de métodos de monitoramento do desenvolvimento infantil, durante as consultas de avaliação do crescimento da criança, que acontecem em qualquer unidade da APS.
A antecipação da suspeita diagnóstica permite que a APS inicie prontamente a estimulação precoce e encaminhe a criança oportunamente para fechamento de diagnóstico na Atenção Especializada.
Uma das ferramentas usadas para análise durante as consultas é a Caderneta de Saúde da Criança, que traz orientações sobre os marcos do desenvolvimento esperados para cada idade. A 3ª edição da caderneta, lançada em janeiro deste ano, passou a incorporar um instrumento de rastreio para TEA, que deve ser aplicado a partir dos 16 meses: a escala M-CHAT-R. Com ela, é possível identificar sinais para TEA, como o baixo interesse por outras pessoas ou o hiperfoco.
O TEA não tem cura, mas o diagnóstico precoce permite o desenvolvimento de práticas para estimular a independência e a promoção de qualidade de vida e acessibilidade para essas crianças.